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Educação Financeira para Crianças e Adolescentes: Como Ensinar Desde Cedo?

Atualizado: há 2 dias

Criança segurando um cofrinho holográfico, cercada por gráficos e ícones financeiros, simbolizando a educação financeira para crianças e adolescentes.

Por que ensinar educação financeira desde cedo?


Você já parou para pensar que seu filho de 7 anos pode começar a entender o valor do dinheiro agora mesmo? Em um país onde 63% dos trabalhadores enfrentam problemas financeiros, segundo pesquisa da fintech Onze, especializada em saúde financeira e previdência privada corporativa, ensinar educação financeira para crianças não é apenas uma opção – é uma necessidade.

Imagine criar uma geração de brasileiros que, ao chegarem à vida adulta, saibam administrar suas finanças com segurança e consciência. O caminho para esse futuro começa na infância, quando os primeiros conceitos sobre dinheiro são formados.


Este artigo vai te mostrar como transformar esse sonho em realidade com métodos práticos adaptados a cada fase do desenvolvimento.​


Os benefícios da educação financeira na infância


A educação financeira para crianças vai muito além de ensinar a economizar. Ela contribui para o desenvolvimento de diversas habilidades essenciais:


Consciência sobre consumo: as crianças aprendem a diferenciar necessidades de desejos, promovendo escolhas mais conscientes.​


Planejamento e paciência: compreendem que alguns objetivos exigem espera e disciplina, desenvolvendo a capacidade de adiar gratificações.​


Raciocínio matemático: praticam cálculos de forma natural e aplicada, fortalecendo habilidades numéricas no cotidiano.​


Autoconfiança: sentem-se capazes de tomar decisões importantes, aumentando a autoestima e a independência.​


Responsabilidade: entendem as consequências de suas escolhas financeiras, aprendendo a lidar com erros e acertos.


Estudos da indicam que estudantes que discutem questões financeiras com os pais e tomam decisões autônomas sobre como gastar seu dinheiro tendem a alcançar níveis mais altos de alfabetização financeira.  


Essas habilidades adquiridas na infância são fundamentais para uma vida adulta financeiramente saudável.



Como adaptar o ensino financeiro às diferentes idades


A educação financeira deve ser ajustada conforme a fase de desenvolvimento da criança ou adolescente. A seguir, apresentamos estratégias eficazes para cada faixa etária:


Para crianças de 3 a 6 anos


Nessa fase, o aprendizado ocorre principalmente por meio de brincadeiras e observação. Algumas atividades recomendadas incluem:


Brincar de lojinha: Monte um mercadinho em casa com produtos reais e dinheiro de brinquedo. Essa atividade ajuda a criança a entender o valor do dinheiro e a prática de comprar e vender de forma lúdica .


Utilizar histórias: Livros infantis com temas financeiros, como “O Pote Vazio” ou “A Cigarra e a Formiga”, são excelentes para introduzir conceitos de economia e planejamento.


Cofrinhos transparentes: Usar cofrinhos visíveis permite que a criança acompanhe o crescimento de suas economias, incentivando o hábito de poupar.


Conversar sobre escolhas: Explique de forma simples por que determinadas compras são feitas ou evitadas, promovendo o entendimento sobre necessidades e desejos.


O foco nesta idade deve ser familiarizar a criança com o conceito de dinheiro, sem pressão ou complexidade.


Para crianças de 7 a 11 anos


Compreendendo melhor conceitos abstratos, as crianças nessa faixa etária podem:


Receber mesada: Introduzir a mesada é ideal para ensinar a administrar pequenas quantias, promovendo responsabilidade financeira .


Participar do orçamento familiar: Explique algumas contas básicas da casa, como luz e água, para que entendam a importância do planejamento financeiro .


Criar objetivos de curto prazo: Incentive a economizar para adquirir um brinquedo ou livro, ensinando sobre metas e paciência .


Conhecer instituições financeiras: Leve-os a uma agência bancária ou mostre como funciona um aplicativo de finanças, introduzindo-os ao sistema financeiro.


Dividir a mesada em três partes — gastar, poupar e doar — ensina tanto o consumo consciente quanto a importância da generosidade.


Para adolescentes de 12 a 17 anos


Adolescentes já podem compreender conceitos mais complexos e se beneficiar de:


Participação em decisões financeiras maiores: Envolva-os no planejamento de férias ou compras significativas, promovendo o entendimento sobre orçamento e prioridades.


Noções de investimentos: Explique a diferença entre poupança e outros produtos financeiros básicos, como CDBs ou fundos de investimento, introduzindo-os ao mundo dos investimentos.


Introdução ao mundo bancário: Abertura de conta e uso de cartão pré-pago ajudam a desenvolver autonomia e responsabilidade.


Empreendedorismo básico: Incentive pequenos negócios, como venda de artesanato ou prestação de serviços, estimulando habilidades empreendedoras.


A educação financeira para adolescentes pode incluir simulações de vida adulta, como calcular quanto custaria morar sozinho ou manter um carro, preparando-os para a independência financeira.



Ferramentas práticas para ensinar educação financeira


Integrar a educação financeira ao cotidiano das crianças e adolescentes pode ser mais fácil e divertido com o uso de ferramentas adequadas.

A seguir, apresentamos algumas opções que podem auxiliar nesse processo:


Aprender Valor – Banco Central do Brasil


O Aprender Valor é um programa gratuito do Banco Central que visa levar a educação financeira aos estudantes do ensino fundamental de escolas públicas em todo o país.


O programa oferece projetos escolares integrados às disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia ou História, promovendo uma abordagem prática e acessível ao tema .


Minhas Economias


O Minhas Economias é um aplicativo brasileiro gratuito que auxilia no controle financeiro pessoal.


Ele permite que os usuários organizem suas contas, gerenciem orçamentos e acompanhem objetivos financeiros. Embora seja mais voltado para adultos, pode ser utilizado por adolescentes com a orientação dos pais.


Banco Imobiliário Júnior – Estrela


O Banco Imobiliário Júnior é uma versão adaptada do clássico jogo de tabuleiro, voltada para crianças a partir de 6 anos. O jogo estimula a compra, venda de propriedades e construção de casas, promovendo a educação financeira de forma lúdica e divertida.


PicPay Kids


O PicPay Kids é uma funcionalidade do aplicativo PicPay que permite aos pais criarem contas digitais para seus filhos menores de idade. Com ela, as crianças podem aprender a gerenciar mesadas, planejar gastos e poupar, enquanto os responsáveis acompanham as transações e definem limites.


Atividades do dia a dia


A educação financeira para crianças pode e deve! ser inserida de forma leve e natural na rotina familiar. Aqui vão algumas formas práticas de envolver os pequenos:


Lista de compras: convide as crianças para ajudarem a montar a lista do mercado e seguir o que foi planejado durante as compras. Isso ensina organização e disciplina financeira.


Pesquisa de preços: incentive a comparar valores de diferentes marcas ou lojas antes de decidir pela compra. É uma maneira divertida de desenvolver o senso de economia.


Contas da casa: compartilhe com eles o valor das contas de luz, água e internet. Mostre como o consumo consciente impacta diretamente no bolso da família.


Planejamento de eventos: envolva-os no planejamento financeiro de datas especiais, como festas de aniversário. Dê um orçamento e ajude-os a tomar decisões dentro desse limite.



Como as escolas brasileiras abordam a educação financeira


Desde 2020, a educação financeira passou a ser um tema transversal obrigatório na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No entanto, a forma como esse conteúdo é aplicado varia bastante entre as instituições de ensino — algumas abordam de forma prática e consistente, enquanto outras ainda estão em fase de adaptação.


Por isso, o envolvimento das famílias é fundamental. Veja como os pais podem contribuir:


Converse com os professores: descubra como o tema está sendo trabalhado na escola do seu filho.


Reforce em casa: complemente os conceitos aprendidos com conversas do dia a dia e exemplos práticos.


Sugira atividades: proponha projetos escolares simples, como feiras de trocas ou simulações de compras.


Compartilhe materiais: ofereça livros, jogos e recursos educativos que possam enriquecer as aulas.


Quando escola e família caminham juntas, o aprendizado se fortalece — e as crianças crescem mais preparadas para o mundo real.



Erros comuns na educação financeira infantil


Ao ensinar educação financeira para crianças, é importante evitar alguns comportamentos que podem comprometer o aprendizado:


Transformar o dinheiro em tabu: frases como “não temos dinheiro” sem contexto geram medo ou culpa. Prefira explicações adequadas à idade, mostrando prioridades e escolhas.


Oferecer recompensas financeiras por obrigações: tarefas domésticas básicas devem ser vistas como parte da colaboração familiar — e não como “serviços” que merecem pagamento.


Ser incoerente entre o discurso e a prática: crianças aprendem muito mais observando do que ouvindo. Se você prega economia, mas gasta por impulso, a mensagem se perde.


Superproteger financeiramente: esconder as dificuldades econômicas da família pode parecer um gesto de cuidado, mas priva a criança de entender os desafios e a importância do planejamento.


Educar financeiramente é também confiar na capacidade da criança de aprender com a realidade — com limites, escolhas e responsabilidades.



Educação financeira além do dinheiro: valores e consciência social


A verdadeira educação financeira para crianças vai além do “ganhar e gastar” e ajuda a construir valores importantes para a vida em sociedade, como:


Consumo consciente e sustentabilidade


Educar para o consumo consciente é também ensinar a cuidar do que se tem com carinho e responsabilidade. Incentivar as crianças a preservar brinquedos, roupas e materiais escolares ajuda a evitar desperdícios e desperta o senso de valorização.


Atitudes simples como trocar ou doar itens com pessoas queridas — amigos, vizinhos, primos — mostram que compartilhar é um gesto de afeto e colaboração, fortalecendo vínculos e promovendo solidariedade desde cedo.


Também é importante conversar sobre escolhas que fazem bem ao planeta, como economizar água, apagar as luzes ao sair do cômodo e reaproveitar materiais em brincadeiras criativas. Pequenas atitudes que ensinam grandes valores.


Solidariedade e empatia


Desde cedo, é possível cultivar valores humanos profundos, como o cuidado com o outro e o senso de comunidade. Convidar a criança a separar brinquedos, roupas ou livros em bom estado para doação é uma forma simples e significativa de praticar a empatia.


Participar juntos de ações solidárias, mesmo que pequenas — como levar doações a um abrigo, ajudar um vizinho ou contribuir em projetos escolares — mostra que cada gesto conta e que ajudar faz bem para quem dá e para quem recebe.


Ao ensinar que compartilhar tempo, atenção ou recursos é uma forma de transformar o mundo ao redor, os pais também inspiram seus filhos a se tornarem adultos mais conscientes e generosos.


Objetivos coletivos e familiares


A educação financeira também é uma oportunidade de fortalecer os laços familiares. Criar um cofrinho coletivo, com um objetivo simples — como uma pizza especial no fim do mês, Uma sessão de cinema ou uma tarde no parque mostram que, quando todos contribuem, todos ganham.


Esses pequenos projetos ajudam a criança a compreender o valor do esforço conjunto e a importância do planejamento. Cada moedinha colocada ali representa um compromisso com o sonho coletivo, e isso cria momentos de união, aprendizado e alegria em família.


Além disso, esse hábito ensina que construir algo juntos é tão importante quanto o resultado final — um ensinamento que serve para a vida toda.


Preparando um futuro financeiro saudável


Implementar a educação financeira desde a infância é mais do que ensinar sobre dinheiro — é investir em autonomia, responsabilidade e realização de sonhos. Ao começar cedo, de forma lúdica e gradual, você ajuda a formar adultos mais conscientes, preparados para evitar dívidas, fazer escolhas inteligentes e construir um futuro com equilíbrio e propósito.


Lembre-se: seu exemplo é a maior lição que seus filhos podem receber. Suas atitudes no dia a dia — como conversar sobre compras, envolver as crianças no planejamento e mostrar o valor das conquistas — são ferramentas poderosas de aprendizado.


E para os pais que ainda acham que isso é besteira...

Ignorar a educação financeira dos seus filhos hoje é condená‑los a repetir os mesmos erros de tantos adultos: dívidas, falta de planejamento e ansiedade diante do dinheiro.


Se você não ensinar, o mundo ensinará — e, muitas vezes, da forma mais dura possível. O futuro financeiro do seu filho depende das escolhas que você faz hoje.


Comece hoje! Adapte as sugestões deste artigo à realidade da sua família, com leveza e afeto. Pequenas mudanças podem gerar grandes transformações — não só na vida da sua criança, mas também no futuro do Brasil.


Uma geração financeiramente educada significa um país mais justo, equilibrado e com mais oportunidades para todos.



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